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7º Encontro Nacional de Observação de Borboletas registra 436 espécies diferentes em quase 1.500 observações

O 7º Encontro foi o primeiro a abrir para as práticas de observação de borboletas. O INCC esteve em duas atividades na cidade de Curitiba

No último sábado (7), foi realizado o evento de encerramento do 7º Encontro de Observação de Borboletas. A transmissão ocorreu no canal do YouTube “Terra das Borboletas” e premiou os cientistas cidadãos com maior número de registros de borboletas, com a maior variedade de espécies registradas, entre outras categorias.

No decorrer do encontro foram 1.487 registros de observação de borboletas e mariposas, de 436 espécies diferentes. Alguns desses registros ganham destaque pela qualidade, por exemplo, o registro de André Nogueira da primeira observação de uma espécie no estado do Rio Grande do Sul e o de Antonio Teleginski, o primeiro registro de uma espécie na plataforma Inaturalist – que reúne as informações do 7º Encontro, além de uma grande base de dados sobre borboletas e diversas outras espécies.

A coordenadora do 7º Encontro, Maristela Zamoner, explica que o número de 436 espécies registradas nas práticas de observação ficou acima do esperado. “Se contabilizarmos somente as borboletas registradas, foram mais de 250 em quatro dias”, conta. Em uma rápida comparação, Portugal é um país que – em toda sua extensão territorial – soma mais de 150 espécies. Já a região da Inglaterra, explica Maristela, não chega a 100 espécies.

O 7º Encontro foi o primeiro a abrir para as práticas de observação de borboletas. O Instituto Nacional de Ciência Cidadã (INCC) entrou, juntamente com a Rede Brasileira de Ciência Cidadã (RBCC) como apoiadores do evento. Além disso, o INCC esteve presente em duas dessas práticas realizadas na cidade de Curitiba (PR). Uma no dia 28 de novembro, no Recanto Velha Olaria e a outra no dia 30, no Parque Tanguá. O biólogo, professor da rede estadual de ensino do Paraná e membro do INCC, Adolf Carl Kruger, explicou que, em observações como as realizadas no Encontro, os pesquisadores buscam registrar toda a fase de desenvolvimento das borboletas.

Segundo Adolf, isso acontece porque há dificuldade, em alguns casos, de identificar as espécies quando estão na fase adulta. Daí surge a necessidade de acompanhar o ciclo desde o momento em que uma espécie põe os ovos, passando pela fase larval até se transformar em uma borboleta ou mariposa.

As práticas de observação foram realizadas em diversos estados do país. No evento de encerramento, Maristela e Adolf comentaram que também houve trabalho independente. A prática do Museu da Amazônia, com coordenação de Rayme dos Santos Carvalho foi premiada como a que mais reuniu participantes, com 18 pessoas.

Pela primeira vez, o Encontro de Observação de Borboletas também disponibilizou os anais do evento com publicações científicas. Maristela e Adolf afirmaram surpresa e satisfação com o envolvimento dos cientistas cidadãos também na produção científica.

O trabalho de observação de borboletas é pioneiro no Brasil e em Curitiba e, como destaca Maristela, procura dar protagonismo para os cientistas cidadãos. “Quem é o cientista cidadão? Quais são os interesses e desejos dele? O que é importante para ele? A partir dessa avaliação e da convivência com o cientista cidadão, nós desenhamos como o trabalho vai acontecer”, afirma Maristela.

O grupo ainda vai analisar informações e dados coletados durante o 7º Encontro que vão gerar novos materiais científicos, por exemplo: o livro Borboletários do Brasil, que reúne informações de 26 borboletários do país. Além disso, todos os dados estão abertos e disponíveis para uso em pesquisas, desde que seguidas as regras de licença de cada cientista.

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