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Como promover a Educação Ambiental com o apoio da ciência cidadã

Como tornar a educação ambiental uma experiência significativa, que engaje e contribua com a formação da consciência e criticidade sobre o tema? Esse é o foco da nova edição da série “Dicas do INCC”, que contou com o olhar e conhecimento dos pesquisadores Nijima Novello Rumenos e Thiago Paoli para entender como a ciência cidadã pode contribuir.

Por Alice Lira Lima, Joana Giacomassa, Karen Sailer e Luan Alves

Como tornar a educação ambiental uma experiência significativa, que engaje e contribua com a formação da consciência e criticidade sobre o tema? Esse é o foco da nova edição da série “Dicas do INCC”, que contou com o olhar e conhecimento dos pesquisadores Nijima Novello Rumenos e Thiago Paoli para entender como a ciência cidadã pode contribuir.

Nijima é professora da Unesp em Botucatu, coordenadora do projeto “Clube da Mata” e cocoordenadora da Linha 4 – Formação e Educação do INCC. Thiago é biólogo e doutor em Educação para a Ciência, atua como professor e coordenador pedagógico em uma escola pública de Araçatuba (SP), onde realizou sua pesquisa de doutorado sobre educação ambiental com base na ciência cidadã.

Os dois têm trajetórias ligadas à educação ambiental em escolas e espaços não formais. Eles entendem que a ciência cidadã é uma aliada para fortalecer ações com esse fim, enquanto forma de construir conhecimento com a comunidade, de maneira cocriada e com protocolos claros e objetivos. 

O ponto de partida para uma ação educativa realmente efetiva, segundo os especialistas, é simples e essencial: escutar de verdade. Isso significa identificar, junto à comunidade, quais são as demandas socioambientais mais urgentes do território e construir coletivamente os caminhos para enfrentá-las.

Foi assim que nasceu o Clube da Mata, iniciativa coordenada por Nijima em parceria com a Prefeitura Municipal de São Manuel (SP). “Fomos atrás de ver qual era a demanda social daquele local. A prefeitura precisava de guias da natureza e, a partir disso, estruturamos os cursos de férias e as formações”, conta a pesquisadora.

O projeto, que acontece na Fazenda Experimental da Unesp, atende cerca de dois mil alunos por ano, com formações voltadas para professores, estudantes e visitas monitoradas para escolas. “A ideia é um trabalho contínuo de formação, com base nas necessidades da comunidade”, complementa.

Na escola em que Thiago atua, o envolvimento da comunidade também foi essencial para a proposta. Para iniciar seu projeto de pesquisa, ele organizou oficinas com professores e alunos, buscando entender os principais problemas socioambientais percebidos no entorno. A escolha do tema, por exemplo, surgiu após uma reportagem local denunciar a presença de agrotóxicos na água da cidade.

“A pergunta de pesquisa precisa ser relevante para a comunidade. Isso aumenta o engajamento e a vontade de participar de todo o processo”, afirma o professor.

Eles reforçam que engajar, de verdade, requer formação adequada, parcerias e protocolos bem construídos. Por isso, os pesquisadores destacam a importância de capacitar os participantes com linguagem clara, objetiva e acessível. Além disso, sugerem que os projetos se estruturem como experiências cocriadas, nas quais os cidadãos participem de todas as etapas – e não só de um momento isolado – da definição do problema até a análise e divulgação dos resultados.

Thiago acrescenta que a “ciência cidadã cocriada fortalece a confiança na ciência e contribui para uma educação mais crítica e transformadora”.

Confira as seis dicas dos pesquisadores para promover a educação ambiental por meio da ciência cidadã.

 

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Nijima Novello Rumenos é cocoordenadora da Linha 4 – Formação e Educação do Instituto Nacional de Ciência Cidadã (INCC). Bióloga, pedagoga e atualmente professora da Unesp e coordenadora do projeto de extensão “Clube da Mata”. Pesquisadora do projeto de Educação Ambiental Sintrópica (Fapesp) e cofundadora e membro do Grupo de Pesquisa e Estudos em Educação Ambiental, Sustentabilidade e Ambientalização (Gepeasa).

Thiago Paoli é biólogo, professor de Biologia, coordenador Pedagógico e doutor em Educação para a Ciência (Unesp). Tem foco em práticas didáticas inovadoras e no desenvolvimento do pensamento científico e consciência socioambiental. 

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