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Novo webinário do INCC debate “Filosofia da Ciência Cidadã”
30 de janeiro de 2025O Instituto Nacional de Ciência Cidadã (INCC) promoverá o terceiro evento do ciclo de webinários “Diálogos em Ciência Cidadã” no próximo dia 10 de fevereiro, segunda-feira, às 16h. Como os demais, o novo webinário será transmitido, ao vivo, pela plataforma YouTube do IBICT. A novidade é que o terceiro evento será o primeiro com convidados internacionais e transmissão em inglês. O encontro tem como tema “Filosofia da Ciência Cidadã”
Em convite para assistir ao webinário, o professor de Epistemologia e Filosofia da Ciência na Universidade Federal do ABC (UFABC), membro do INCC e um dos organizadores do evento, Pedro Bravo, afirmou que o encontro terá um foco nas questões teóricas. Um exemplo, segundo ele, é a discussão sobre valores na pesquisa em ciência cidadã.
Os outros convidados são: Lisa M. Rasmussen, ela é professora no Departamento de Filosofia da University of North Carolina at Charlotte e editora-chefe do periódico Accountability in Research e Kevin C. Elliott, professor na Michigan State University, com cargos no Lyman Briggs College, no Departamento de Pesca e Vida Selvagem e no Departamento de Filosofia.
Ver essa foto no InstagramAinda segundo Pedro, a ciência cidadã tem desafios na área teórica e na prática. E nos desafios teóricos “constam preocupações relativas a saber se a Ciência Cidadã está de acordo com os padrões de boas práticas científicas”, afirma. Por isso, um dos objetivos do webinário será discutir os tópicos para fundamentar as melhores práticas em ciência cidadã.
A transmissão ao vivo do evento será em inglês. Contudo, o INCC vai disponibilizar o vídeo, gravado, com legendas em português após o evento.
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Conheça o BeeKeep, projeto de ciência cidadã que monitora abelhas e polinizadores
24 de janeiro de 2025O projeto de ciência cidadã BeeKeep reuniu, em seis anos de atividades, mais de 600 cientistas cidadãos. Eles se dividiram em dois projetos principais de monitoramento e observação de abelhas e polinizadores. O primeiro deles, chamado Cidadão ASF (abelha sem ferrão), teve a participação de 500 cientistas cidadãos e o “Fit Count Brasil!”, contou com cerca de 100 participantes.
O Cidadão ASF foi criado pelos pesquisadores do BeeKeep em parceria com os criadores de abelha (meliponicultores). Além disso, o nome do projeto foi selecionado em votação por todos os participantes. Sheina Koffler, uma das coordenadoras do BeeKeep e membro do Instituto Nacional de Ciência Cidadã (INCC), explica que o projeto precisava atender aos interesses de pesquisa e, também, corresponder às ideias e vontades das pessoas que estavam participando para proporcionar um bom engajamento: “É importante engajar as pessoas para que o nosso projeto funcione”, afirma.
Em 2020, no contexto da pandemia, o BeeKeep – para o Cidadão ASF – organizou lives do curso de meliponicultura e fez isso em conjunto com aulas de ciência cidadã. Segundo Sheina, era uma estratégia para manter o grupo interessado. Ela explica que, depois de desenvolvida uma pergunta de pesquisa, foi dedicado um tempo ao desenvolvimento do protocolo que inclui a definição de uma agenda e horários de observação, além da filmagem de vídeos de 30 segundos para que os cientistas cidadãos pudessem fazer a contagem das abelhas monitoradas.
Com esse trabalho, o BeeKeep desenvolveu uma base de mais de 4 mil vídeos de observação das abelhas. Entre os contribuintes para essa enorme quantidade de dados estão os alunos da professora Carla Debelak. Com 35 anos de carreira, a professora Carla começou a se interessar por abelhas para montar um projeto, o Buzz no Jardim, sobre as abelhas nativas, principalmente as sem ferrão.
Ver essa foto no InstagramO projeto acabou se expandindo e se transformou em uma ideia de educação ambiental. “Uma vez professora, a gente tá sempre trabalhando com educação”, diz Carla. Participar de um projeto de ciência cidadã aproximou os alunos da ciência. “A ciência cidadã permite a democratização da ciência”, afirma Carla. Ela explica que seus alunos tinham a compreensão de que “…alguém muito distante trabalha e dedica a vida para descobrir as coisas que vão para os livros”, mas não existia essa proximidade.
Ver essa foto no InstagramIsso até eles verem o resultado da participação no livro “Ciência cidadã e polinizadores da América do Sul”. Segundo a professora, os alunos tiveram um encantamento em ver que faziam parte de um projeto que gera conhecimento efetivo. Além disso, ela explica que foi possível mostrar aos alunos que a ciência muda. Ou seja, que as pesquisas atualizam perguntas e dados e que, nesse processo, existem os protocolos que precisam ser seguidos para validar os dados coletados com qualidade.
Um ponto interessante do projeto, para Sheina, foi “explicar a importância do zero”. Conta a pesquisadora que, para os cientistas cidadãos, era normal e mais empolgante poder registrar e mostrar um número que ilustra as abelhas em atividade. Por outro lado, os horários em que elas não saiam eram marcados pelos cientistas cidadãos como “zero”. Porém, para ter um entendimento completo do comportamento das abelhas era preciso registrar as informações do momento em que as abelhas não estavam em voo, daí a “importância do zero”.
O segundo projeto parte do BeeKeep é o “Fit Count Brasil”. Adaptado de um programa desenvolvido no Reino Unido, o Fit Count foi “um drama”, explica Sheina. Isso aconteceu, ela comenta, porque o programa veio montado para poucas plantas específicas da região europeia. No Brasil, porém, a biodiversidade de plantas e polinizadores é muito maior e isso gerou um trabalho de adaptação do programa. A pesquisadora explica que esse projeto é voltado ao monitoramento de polinizadores em geral e, neste momento, está em fase de expansão para escolas e já tem um exemplo teste no Espírito Santo.
- Aplicação do Fit Count Brasil. Fotos: Sheina Koffler. As observações eram feitas em áreas delimitadas.
- Aplicação do Fit Count Brasil. Fotos: Sheina Koffler. Os participantes ficavam atentos aos polinizadores que aparecem na área.
- Aplicação do Fit Count Brasil. Fotos: Sheina Koffler
- Aplicação do Fit Count Brasil. Fotos: Sheina Koffler
- Aplicação do Fit Count Brasil. Fotos: Sheina Koffler
Parte do trabalho funciona para responder as perguntas “como o ambiente urbano afeta a vida das abelhas/polinizadores?” e “como o ambiente rural afeta a vida das abelhas/polinizadores?”. Segundo Sheina: “Às vezes isso pode parecer muito específico”, mas o serviço de polinização é fundamental em todos os ambientes e, por isso, se faz importante a condução dos estudos para verificar se este trabalho está disponível e com qualidade.
“Bzzz, #Ciência Cidadã polinizando conhecimento: conheça o BeeKeep”
As abelhas são insetos pequeninos e nós desconhecemos boa parte das coisas que elas podem fazer. Inclusive, costumamos acreditar que algumas abelhas estrangeiras são tão brasileiras quanto nós. + pic.twitter.com/q9cl6qflZI
— INCT – Ciência Cidadã (@INCT_CC) January 27, 2025
Fundado em 2017, o BeeKeep passou a ter atividades no ano de 2019. Ele foi parte do Projeto Temático “SURPASS2 – Salvaguardando serviços de polinização em um mundo em mudança: teoria na prática” financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Atualmente o projeto está na fase final em que vai acontecer a análise de dados e o retorno para cientistas cidadãos participantes.
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INCC estreia série de dicas para projetos em Ciência Cidadã
16 de janeiro de 2025O Instituto Nacional de Ciência Cidadã (INCC) estreia a série “Dicas do INCC”. O conteúdo, vinculado às redes sociais do INCC, reúne pesquisadores do Instituto para uma série de dicas práticas voltadas aos projetos de Ciência Cidadã. A edição de estreia, com a pesquisadora Sheina Koffler, tem como tema as ações de engajamento.
O engajamento, diz Sheina, “é importante para que o nosso projeto funcione”. A pesquisadora explica que uma boa experiência, para o cientista cidadão, influencia na quantidade de dados que ele vai coletar e, também, no aprendizado que ele terá. Para ter essa boa relação é preciso saber os interesses dos cientistas cidadãos e, então, desenhar um bom projeto para os dois lados, diz Sheina.
O estudo sobre o engajamento, explica, pode ser feito pelos números – de forma quantitativa, “quantos dias ela participou?” ou “quantos registros fez” – e de forma qualitativa – “por que ela participa?”, “o que ela ganha com isso?”.
Alguns exemplos de estratégias de engajamento são a realização de lives e a divulgação constante das ações para manter o grupo ativo. “As pessoas buscam a aproximação amigável, há evidências que embasam isso”, diz Sheina. Na experiência do projeto BeeKeep, Sheina contou que os participantes sentiam falta de um canal aberto de comunicação. Segundo a pesquisadora, é importante manter plataformas em funcionamento para atender ao contato das pessoas.
O conteúdo completo você pode conferir aqui:
Ver essa foto no InstagramSheina Koffler é bióloga de formação e tem experiência com o trabalho de comunicação da ciência. Ela foi uma das coordenadoras do projeto BeeKeep de monitoramento e coleta de dados sobre abelhas nativas sem ferrão. O projeto gerou diversas ações de engajamento, como a produção de livros e cursos on-line. Além disso, Sheina é co-fundadora da Rede Brasileira de Ciência Cidadã (RBCC) e membro das linhas 1 e 4 do INCC.
A Linha de Pesquisa L1: “Coprodução e Engajamento Social em Iniciativas de Ciência Cidadã” é responsável, no INCC, pela pesquisa sobre o engajamento nas iniciativas de ciência cidadã. No primeiro webinário do ciclo “Diálogos em Ciência Cidadã”, disponível no YouTube do INCC, a pesquisadora Blandina Viana, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), tratou do tema. Blandina também auxiliou na elaboração dos protocolos do projeto BeeKeep.