“Não trabalham sozinhos”, INCC debate engajamento e coprodução do conhecimento em novo webinário
4ª edição do Ciclo “Diálogos em Ciência Cidadã” foi ao ar na última semana e discutiu experiências conjuntas na ciência cidadã, como no Brasil e Chile
Por Gabriel Domingos
A quarta edição do ciclo de webinários do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Ciência Cidadã (INCC) foi ao ar no último dia 26 de março. O evento, transmitido ao vivo pela plataforma YouTube, debateu o engajamento e a coprodução de conhecimento com o exemplo de experiências de ciência cidadã no Brasil e no Chile.
A edição completa está disponível no canal do YouTube do INCC:
Francisco Araos, professor de Antropologia na Universidad de Chile e coordenador da iniciativa Centinelas Comunitarios, foi o primeiro a falar no webinário e comentou sobre o cenário da ciência cidadã no Chile. De acordo com o pesquisador, o país passa por um momento de emergência no desenvolvimento das pesquisas em colaboração com cidadãos.
Francisco apresentou a experiência chamada “Centinelas Comunitários”, desenvolvida com a participação de comunidades tradicionais no Chile, os indígenas Mapuche. Os pesquisadores fazem treinamento com os Mapuche para o envio de alertas ambientais ou identificação de aspectos históricos-culturais, por meio do whatsapp
Os centinelas, fala Araos, “não trabalham sozinhos”. O pesquisador explica que as mais de 50 pessoas que participaram do trabalho tiveram acompanhamento de pesquisadores para manter o engajamento e desenvolver as ações.
Fabiana Oliveira da Silva, professora da Universidade Federal de Sergipe (UFS), foi a segunda a expor no webinário. A pesquisadora apresentou o projeto: “Sustainable Fruit Farming in the Caatinga: managing ecosystem service trade-offs as agriculture intensifies” SUFICA, desenvolvido por pesquisadores do Brasil, do Chile e da Inglaterra:
Com o objetivo de engajar os participantes pelo maior tempo possível, Fabiana explica que o projeto desenvolveu uma comunicação contínua e, também, um diálogo com os pesquisadores. A atuação do grupo, diz a pesquisadora, contribuiu para um processo de “bola de neve” que agregou os participantes.
— INCT – Ciência Cidadã (@inctcienciacidada.bsky.social) 26 de março de 2025 às 11:46
Além disso, de acordo com Fabiana, para conseguir desenvolver um projeto como esse é preciso uma combinação de metas acadêmicas e financiamento e aliar objetivos de coprodução e levantamento de dados.
Cinthia Mendonça, artista, pesquisadora e diretora da Silo – Arte e Latitude Rural, que promove o diálogo entre o campo e a cidade, por meio da arte, ciência e tecnologia, foi a última a expor na 4ª edição do ciclo “Diálogos em Ciência Cidadã”.
No Caipiratech Lab, um dos projetos do Silo, eles desenvolvem uma pesquisa para diminuir as distâncias que o alimento percorre para chegar até você.
Conta Cinthia que, a partir do diálogo com produtores e produtoras, é desenvolvido um mapeamento que também tem a contribuição de cientistas.
— INCT – Ciência Cidadã (@inctcienciacidada.bsky.social) 26 de março de 2025 às 12:05
Na iniciativa coordenada por Cinthia, as questões sociais e científicas são trabalhadas pela lente da arte. Ela funciona, explica, como um estímulo para o diálogo de saberes.
O ciclo de webinários “Diálogos em Ciência Cidadã” tem o apoio da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e conta com a parceria da Rede Brasileira de Ciência Cidadã (RBCC).